Olá, tudo beeeeeemmm!?
Começo parafraseando o jornalista bem humorado jornalista Paulo Henrique Amorim, mas o bom humor acaba aqui, pois as pragas do campo comem o juízo de quem planta e de quem fiscaliza.
Mas não são todas as pragas que são fiscalizadas, pois a maioria já se encontra em todo o Brasil e seu controle é relativamente fácil, mas vamos falar de pragas de importância econômica para o país e que não estão presentes em todos os estados ou nem ainda entraram aqui, mas são controladas oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e pelos órgãos estaduais de defesa agropecuária, no caso do Piauí a ADAPI – Agência de Defesa Agropecuária do Estado, são as chamadas Pragas Quarentenárias.
Beleza, mas o que danado é essa tal Praga Quarentenária?!
Mais acima eu coloquei, com minhas palavras, a definição segundo a Instrução Normativa nº 52 de 21 de novembro de 2007 e das Normas Internacionais para Medidas Fitossanitárias – NIMF nº 5, mas vou tentar simplificar mais: Praga é qualquer coisa (planta, vírus, bactéria, inseto…) que é prejudicial à planta cultivada em questão ou a seus produtos e passa a ser quarentenária quando ela tem um perigo muito maior que qualquer outra, passando a ser vigiada internacionalmente e essa vigilância é para que ela não saia do seu país e venha atacar outros ou depois que se instala em outro país, ela não consiga se espalhar por todo o território.
O papel do MAPA e da ADAPI é de suma importância na vigilância em portos, aeroportos, rodoviárias, divisas nacionais e internacionais, para controlar o tráfego de plantas, produtos e subprodutos, através de documentos e vistorias, visando impedir essa entrada ou que, uma vez já instalada no país, não contamine os outros estados. Nosso poder de produção causa uma ciumeira danada lá fora e somos alvo de Agroterrorismo constantemente, e forma consciente ou criminosa, falarei sobre isso em um próximo texto.
O Brasil já conseguiu eliminar uma praga quarentenária de seu território recentemente, a lagarta da maçã (Cydia pomonella), a muito custo e trabalho, conseguindo assim agregar mais valor a maçã nacional e abrindo portas para exportações. Mas nem tudo são flores, a lista de pragas que já conseguiram entrar no país cresce assustadoramente, hoje temos uma lista de 11 pragas sob controle oficial, descritas na IN nº 59 de 18 de dezembro de 2013, como exemplo a Sigatoka Negra, Moko da bananeira, mosca da carambola…, que trazem muitos prejuízos aos produtores e a população, como aumento de uso de agrotóxicos, processos para importação de produtos ainda sem registro no Brasil, pressão de países isentos das pragas com exigências de garantias e processos como tratamento hidrotérmico, que é feito com água quente utilizado na produção de manga, onde a mesma é mergulhada em água a temperatura de 46,1° por um período de 75 a 90 minutos, dependendo do peso da fruta e depois sofrem um choque térmico sendo colocadas imediatamente em tanques com água a 21°, tudo por exigência do mercado dos EUA e do Japão, áreas livres da mosca das frutas que tiram o sono dos produtores do Vale do São Francisco, para poder exportar com garantias e ainda temos uma lista muito grande de potenciais ameaças que batem nossa porta.
Todos os dias a ADAPI, através de seus fiscais e técnicos, faz vistorias em quintais urbanos e propriedades rurais e nos postos fiscais de divisa, em busca dessas pragas, gerando relatórios mensais que garantem ao nosso estado ser reconhecido como área livre dessas pragas.
Quando um fiscal da ADAPI bater em sua porta, não se assuste com o colete preto, estamos em missão de paz, pelo menos com você, pois a guerra é contra as pragas. Estaremos, na ocasião, fazendo esse levantamento tão importante ao agronegócio e para a sua saúde e bolso.
Ao constatar algo estranho, fora da normalidade, entre em contato com um escritório da ADAPI mais próximo, leve uma amostra ou solicite uma visita de um Fiscal Engenheiro Agrônomo, pois pode ser uma praga quarentenária iniciando uma morada em nosso estado, querendo implantar seu cabaré.
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.
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