Esse ano o Estado do Piauí teve uma triste notícia. Uma doença, causada por um vírus, com sigla de time de futebol, atravessou a linha do meio de campo do Ceará e começou a atacar nossos limites.
A Peste Suína Clássica está travando uma final de campeonato com nosso principal time, a ADAPI (Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado do Piauí), tomando terreno e tentando driblar nossa equipe, mas a técnica adapiana, com seus fiscais veterinários e técnicos agropecuários, está neutralizando a PSC, marcando junto e “matando” cada novo ataque/foco da doença.
A ação é calculada e em bloco. Todo local suspeito é visitado, vistoriado, coletada amostra e notificado para confirmação da instalação da doença naquele local. Sendo confirmado, um “contra-ataque” fulminante e ensaiado é posto em prática, com sacrifício de todos os animais com enterro em valas e com a devida indenização aos produtores atingidos.
Mas não para por aí. Todas as propriedades, num raio de 3km, são vistoriadas em busca de sinais da doença.
Bem, essa enfermidade suína está trazendo um prejuízo enorme aos criadores de suínos, principalmente aos da nossa querida Campo Maior.
Quem depende do comércio do animal vivo no mercado do produto está passando por poucas e boas, já que o transporte do animal vivo e a aglomeração em feiras e eventos está proibido, visando impedir que a PSC se espalhe pelo Piauí, já que é altamente contagiosa e o simples contato da roupa de uma pessoa com um animal doente pode transmitir o vírus a um animal sadio.
Mas devemos compreender que tudo está sendo feito para o bem do criador, em todo o estado, seguindo rigorosamente a Instrução Normativa nº 27, de 20 de abril de 2004. Porém, vale lembrar e alertar que a Peste Suína Clássica não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida ao ser humano e não está proibido o consumo de sua carne, como muitos boatos surgiram sobre isso.
Cabe à população e criadores, nesse momento, serem o 12º jogador e ajudar a ADAPI a achar os focos o mais rápido possível, comunicando ao escritório mais próximo a suspeita dos seguintes sinais nos suínos e javalis:
* Amontoamento de leitões (sinal de febre);
* Abortamento alto de leitões;
* Conjuntivite;
* Diarréia;
* Manchas avermelhadas a roxa na pele, barriga e extremidades (orelhas, membros, focinho e cauda);
* Vômitos;
* Falta de apetite;
* Tremedeira e andar difícil, desnorteado;
* Animais sem conseguir se apoiar nas patas da frente ou ficar em pé.
Os criadores devem ficar atentos também aos espertalhões de plantão, que adoram momentos difíceis para vender soluções inexistentes, abusando da boa fé do mais necessitado, vendendo produtos como se fossem vacinas para combater essa doença. Isso é completamente falso! Fiquem alerta. As únicas medidas de controle oficial são a proibição da circulação/trânsito do animal vivo e o sacrifício dos animais doentes, somente isso.
Fiquem atentos e qualquer tentativa de comércio de produtos milagrosos como o spray que faz o atleta se levantar igual a cachorro quando avista o dono, mesmo depois de se contorcer como se tivesse perdido a perna, devem ser denunciados para investigação.
A ADAPI está trabalhando a duras penas, mas com profissionalismo de futebol europeu em busca da erradicação da doença e liberação do trânsito e comércio do suíno vivo mais rápido que uma bola chutada numa falta de Roberto Carlos e contamos que não ocorram “barreiras” para que o gol seja feito e a partida encerrada com nossa vitória e a comemoração da população.
P.S.: Em caso de suspeitas ligar para o COEZOO (Centro de Operações em Emergência Zoossanitária para Peste Suína Clássica) - (086) 98825-5250
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.
Comments