Rufião inseticida!
- Paulo Roberto de Albuquerque Melo Segundo
- 6 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de out. de 2020

Segundo o pai dos burros moderno (o dicionÔrio Aurélio perde o posto hÔ tempos), rufião é aquele que se mete em brigas por causa de mulheres de baixa reputação (sim, essas mesmas que pensou) ou cafetão. JÔ no campo, tem significado um pouco diferente, mas que não foge do contexto de corno.
Geralmente usada em bois, escolhe-se um de bom porte para realizar uma operação a fim de que ele āfaƧa xixi fora do vasoā. Em outras palavras, o veterinĆ”rio desvia o curso normal do āpintoā do boi, fazendo com que ele, ao tentar cobrir a fĆŖmea, nĆ£o ocorra o ato e somente identifique qual estĆ” no cio, para uma inseminação artificial. Imagina só, o cara nĆ£o dĆ” uma dentro nem querendo!
No mundo dos insetos, os cientistas fizeram algo parecido. Com o problema das moscas das frutas tirando o sono dos produtores, mais do que suas filhas na balada, criaram a tĆ©cnica do macho estĆ©ril. Pois Ć©, pensaram em poder deixar āo seu moscaā gozar dentro, pelo menos.
Como assim? As moscas (Ceratitis capitata ā deve ter sido um gago que deu esse nome, oxi!) criadas em laboratório depositam seus ovos e os mesmos, ao chegarem no Ćŗltimo estĆ”gio antes de nascer (a pupa), sĆ£o separados e os machos recebem um bombardeio de raios Gama para que nasƧam estĆ©reis (mais que rĆ”dio FM).
Assim, são lançadas em campo quantidades enormes. Os machos transam com as fêmeas, que produzem ovos inférteis, quebrando o ciclo da praga e diminuindo a população.
Ć tudo muito bem pensado. Os machos só āpegamā as fĆŖmeas de mesma espĆ©cie. Ćs outras só resta pousar na sopa alheia e morrer de inveja.
Importante lembrar que os machos não atacam os frutos e não transmitem doenças às plantas.
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrÓnomo pela UFRPE, Fiscal Estadual AgropecuÔrio na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.