Segundo o pai dos burros moderno (o dicionário Aurélio perde o posto há tempos), rufião é aquele que se mete em brigas por causa de mulheres de baixa reputação (sim, essas mesmas que pensou) ou cafetão. Já no campo, tem significado um pouco diferente, mas que não foge do contexto de corno.
Geralmente usada em bois, escolhe-se um de bom porte para realizar uma operação a fim de que ele “faça xixi fora do vaso”. Em outras palavras, o veterinário desvia o curso normal do “pinto” do boi, fazendo com que ele, ao tentar cobrir a fêmea, não ocorra o ato e somente identifique qual está no cio, para uma inseminação artificial. Imagina só, o cara não dá uma dentro nem querendo!
No mundo dos insetos, os cientistas fizeram algo parecido. Com o problema das moscas das frutas tirando o sono dos produtores, mais do que suas filhas na balada, criaram a técnica do macho estéril. Pois é, pensaram em poder deixar “o seu mosca” gozar dentro, pelo menos.
Como assim? As moscas (Ceratitis capitata – deve ter sido um gago que deu esse nome, oxi!) criadas em laboratório depositam seus ovos e os mesmos, ao chegarem no último estágio antes de nascer (a pupa), são separados e os machos recebem um bombardeio de raios Gama para que nasçam estéreis (mais que rádio FM).
Assim, são lançadas em campo quantidades enormes. Os machos transam com as fêmeas, que produzem ovos inférteis, quebrando o ciclo da praga e diminuindo a população.
É tudo muito bem pensado. Os machos só “pegam” as fêmeas de mesma espécie. Às outras só resta pousar na sopa alheia e morrer de inveja.
Importante lembrar que os machos não atacam os frutos e não transmitem doenças às plantas.
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.
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