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Suruba Agro

Atualizado: 2 de out. de 2020

Já cantava @latino em 2008, Tudo Junto e Misturado. Na natureza é comum um ménage ou compartilhamento de companheiros, visando perpetuar a espécie. O período de acasalamento é o mais propício a isso, com todos exalando seus hormônios sexuais em busca daquela festa cinematográfica. Não se iluda, plantas também o fazem, mas de uma forma mais específica. Algumas espécies dependem de outro ser igual para poder “engravidar”. Como exemplo temos o maracujá (já falei dele aqui no Maracujá que não “dá no couro”). Essa rave sexual entre pragas e plantas traz prejuízos aos agricultores. Mas, o agricultor sabe combater fogo com fogo. Calma! Ninguém vai abrir uma ‘zona’ no milharal. Pragas se combatem, dentre outras formas, com agrotóxicos. Uma das técnicas usadas no preparo da calda é a mistura entre produtos, uma verdadeira bacanal dentro do tanque de pulverização. Mas, tudo tem critério, responsabilidade e proteção. É quase uma gravação de filme pornô, onde o diretor é o Engenheiro Agrônomo, que atua como responsável técnico. Essa bacanal tem regras a serem seguidas, através da Instrução Normativa nº 40, de 11/10/2018, que complementa a emissão da receita agronômica prevista no Decreto nº 4.074, de 04/01/2002. Outros cuidados, porém, devem ser tomados para uma gandaia segura: 1 - Sempre fazer o teste da garrafa, para verificar se não há formação de borra, não ocorrer a mistura completa dos produtos, solidificação, separação...; 2 - Avaliar a atuação da mistura em campo, verificando se há incremento da ação (sinergia) entre os agrotóxicos e efeito dessa mistura na planta; 3 – Começar a mistura pelos ingredientes mais difíceis de diluir (pó, grânulos), passando para os mais fáceis. Nunca o contrário; 4 – Buscar, com outros profissionais e com a fornecedora dos agrotóxicos, informações sobre compatibilidade; 5 - Utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); 6 - Usar materiais específicos para o preparo e a mistura, como balanças, baldes e copos graduados; 7 - Verificar e corrigir o pH da água, se necessário; Essa tecnologia gera economia para: a) produtor, reduzindo o número de aplicações; b) meio ambiente, reduzindo o volume de água empregado; c) aplicador, deixando os agrotóxicos menos irritantes à pele e aos olhos e diminuindo a deriva; d) consumidor, que terá à disposição produtos mais seguros e com valores competitivos.

Como dizem por aí, se organizar, todo mundo fode!


*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.

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