Estamos atualmente vivendo num mundo cheio de empreendedores em todos os setores, muitos bombão do dia para a noite, principalmente os que se aventuram na internet.
E a que se pode creditar o alcance do sucesso? Criatividade? Sorte? Empenho? Nascer com a bunda pra lua? Pode ser isoladamente um desses fatores ou tudo junto, igual meu prato de almoço - que já rendeu até uma chamada do meu pai, dizendo que parecia um pedreiro mexendo massa.
Mas pra mim uma coisa foi a mais determinante, a administração. Administrar bem (daí o nexo com o título! Forcei né? Vou melhorar) é essencial em tudo na vida, e para executar isso bem, tem que se buscar a informação. Muita gente hoje em dia ainda olha tronxo quando encontra alguém que faz o curso de Administração não sei por que?!
Segundo Antônio Cesar Amaru Maximiano em “Teoria Geral da Administração - Da Revolução Urbana à Revolução Digital”, o processo de administrar é inerente a qualquer situação onde haja pessoas - recursos - objetivos. Então, um curso que tem como objetivo ensinar o processo de tomar decisões e colocá-las em prática conforme os objetivos traçados e os recursos disponíveis, não poderá chamais deixar de existir.
Isso é que falta, muitas vezes, na agricultura familiar.
E a que se pode creditar o alcance do sucesso? Criatividade? Sorte? Empenho? Nascer com a bunda pra lua?
Políticas públicas, ideias, execuções com a participação de um administrador (de nível médio ou superior). A combinação da prática agrícola com a logística e planejamento, que quando não falta é muito superficial nos cursos agrários, é que faz a coisa crescer com inteligência, programação e sucesso.
Não é a toa que a visão da falta desse tipo de instrução já despertou o SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, com a oferta de um curso técnico em agronegócio (formação de profissionais com visão estritamente administrativa) de forma moderna, com 80% de sua carga horária de forma EaD (a distância, via computador),começando a pontear essa ferida.
Pegando esse embalo, estados, municípios e instituições de ensino podem muito bem melhorar a situação da agricultura familiar criando convênios entre si para o uso adequado da administração no acompanhamento das regiões produtivas, concessionários de mercados públicos e fornecedores de feiras livres e orgânicas ou agroecológicas.
Nem tudo são flores, a resistência é grande pela desconfiança com o setor público e a classe política, por achar que se ficarem sabendo de seus números produtivos, seu caixa, serão taxados com mais impostos e ter parte confiscada. Mas quem disse que ia ser fácil? Tudo tem um preço. Mas de grão em grão a galinha enche o papo, já dizia minha avó. Tudo se começa pequeno e muitas vezes sem objetivos grandes, como o Winderson Nunes, e de repente, PEI! A coisa cresce e no fim todos ganham com o giro da economia soprando o vento da prosperidade com mais força que cortador de cana depois de um cuscuz.
*Paulo Melo Segundo é engenheiro agrônomo pela UFRPE, Fiscal Estadual Agropecuário na Adapi e escritor agrodivertido, criando assim o Segundo Agro, um portal de informação simples, direta e humorada.
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